Mundos inabitáveis
De todos os possíveis mundos nos quais podemos conceber nossa existência, dois deles, pelo menos, são inabitáveis e de natureza hostil. Este pensamento, um tanto abstrato e filosófico, destaca a habilidade da nossa consciência em se descolar do tempo e do espaço, modular frequências e experienciar percepções diferentes de uma mesma realidade. A isto chamei “possíveis mundos”.
Esses deslocamentos e modulações são muito mais constantes do que pode parecer e com eles costumamos fazer frequentes viagens a esses dois mundos, os que chamamos de passado e de futuro.
São dois mundos inabitáveis, uma vez que neles não se pode permanecer, além de muito, muito hostis. São fontes de angústia, de ansiedade, de depressão. Raros são os momentos que viagens ao passado e ao futuro são feitas com sabedoria.
Normalmente se vai ao passado relembrar más lembranças e reviver más experiências. Ao futuro, normalmente se vai para plantar expectativas, muitas infundadas, gerando angústia e ansiedade aqui, no presente, o mundo do qual jamais deveríamos sair.
Viver o agora é profundamente desafiador e difícil, por isso uma dádiva. Viver o agora é conectar-se a uma fonte divina, é conectar-se consigo mesmo. É conectar-se com a própria existência, expressa em sua mais sublime plenitude.
Viver o agora é paradoxal: uma arte possível para todos ao mesmo tempo que impossível para a maioria.
Enfim… Este texto é apenas um marco, um ponto de partida para uma longínqua viagem, uma viagem de transformação e de esperança em direção ao centro da existência.