A manifestação da ‘Triface’

Muitas são as formas de expressão da vida que procuro observar. Ainda que seja por uma mera tentativa. Dentre essas manifestações, uma batizei de Triface, uma manifestação recorrente no homem, para não dizer inerente a ele, e sobre a qual precisamos de clareza, discernimento e correção.

Tudo o que existe, manifesto ou não, existe em si mesmo, ou seja, independe da percepção ou vontade de outrem, e carrega sua essência no contexto da sua própria existência. Em resumo, as coisas simplesmente são o que são.

Diante de um observador, entretanto, as coisas ganham significados segundo a lente deste observador. A essência do que é observado, portanto, decai para dar lugar aos significados atribuídos. Temos, até aqui, a manifestação de duas faces.

A terceira face irá surgir na intenção do observador em lançar sobre o motivo observado alguma expectativa, boa ou não, real ou imaginária. Eis a manifestação da Triface: tudo é o que é em si mesmo, mas ganha significados segundo o observador e recebe dele uma missão. Em resumo, sempre que observamos ‘a’ tendemos a perceber ‘b’ e esperar ‘c’.

Uma profunda revelação para a consciência

Fazemos isso com coisas, situações, pessoas, lugares. Fazemos isso com a própria vida. Mais bem aventurado seríamos se conseguíssemos perceber as coisas e pessoas que nos cercam tais como são e sem delas esperar nada. Se assim fosse, a essência de cada manifestação comporia um banquete do qual nos fartaríamos com ricas e infindáveis experiências, conhecimentos e novas percepções.

Preferimos, em vez disso, nossas próprias lentes. Então vemos a tudo e a todos da mesma perspectiva, dia após dia, experienciando sempre mais do mesmo. Esta é a realidade da imensa maioria de nós.

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