• falecomigo@fabior2.com.br

Category Archive Refletindo

Mundos inabitáveis

De todos os possíveis mundos nos quais podemos conceber nossa existência, dois deles, pelo menos, são inabitáveis e de natureza hostil. Este pensamento, um tanto abstrato e filosófico, destaca a habilidade da nossa consciência em se descolar do tempo e do espaço, modular frequências e experienciar percepções diferentes de uma mesma realidade. A isto chamei “possíveis mundos”.

Esses deslocamentos e modulações são muito mais constantes do que pode parecer e com eles costumamos fazer frequentes viagens a esses dois mundos, os que chamamos de passado e de futuro.

São dois mundos inabitáveis, uma vez que neles não se pode permanecer, além de muito, muito hostis. São fontes de angústia, de ansiedade, de depressão. Raros são os momentos que viagens ao passado e ao futuro são feitas com sabedoria.

Normalmente se vai ao passado relembrar más lembranças e reviver más experiências. Ao futuro, normalmente se vai para plantar expectativas, muitas infundadas, gerando angústia e ansiedade aqui, no presente, o mundo do qual jamais deveríamos sair.

Viver o agora é profundamente desafiador e difícil, por isso uma dádiva. Viver o agora é conectar-se a uma fonte divina, é conectar-se consigo mesmo. É conectar-se com a própria existência, expressa em sua mais sublime plenitude.

Viver o agora é paradoxal: uma arte possível para todos ao mesmo tempo que impossível para a maioria.

Enfim… Este texto é apenas um marco, um ponto de partida para uma longínqua viagem, uma viagem de transformação e de esperança em direção ao centro da existência.

A manifestação da ‘Triface’

Muitas são as formas de expressão da vida que procuro observar. Ainda que seja por uma mera tentativa. Dentre essas manifestações, uma batizei de Triface, uma manifestação recorrente no homem, para não dizer inerente a ele, e sobre a qual precisamos de clareza, discernimento e correção.

Tudo o que existe, manifesto ou não, existe em si mesmo, ou seja, independe da percepção ou vontade de outrem, e carrega sua essência no contexto da sua própria existência. Em resumo, as coisas simplesmente são o que são.

Diante de um observador, entretanto, as coisas ganham significados segundo a lente deste observador. A essência do que é observado, portanto, decai para dar lugar aos significados atribuídos. Temos, até aqui, a manifestação de duas faces.

A terceira face irá surgir na intenção do observador em lançar sobre o motivo observado alguma expectativa, boa ou não, real ou imaginária. Eis a manifestação da Triface: tudo é o que é em si mesmo, mas ganha significados segundo o observador e recebe dele uma missão. Em resumo, sempre que observamos ‘a’ tendemos a perceber ‘b’ e esperar ‘c’.

Uma profunda revelação para a consciência

Fazemos isso com coisas, situações, pessoas, lugares. Fazemos isso com a própria vida. Mais bem aventurado seríamos se conseguíssemos perceber as coisas e pessoas que nos cercam tais como são e sem delas esperar nada. Se assim fosse, a essência de cada manifestação comporia um banquete do qual nos fartaríamos com ricas e infindáveis experiências, conhecimentos e novas percepções.

Preferimos, em vez disso, nossas próprias lentes. Então vemos a tudo e a todos da mesma perspectiva, dia após dia, experienciando sempre mais do mesmo. Esta é a realidade da imensa maioria de nós.

Sobre ser a última bolacha do pacote

Sobre ser a última bolacha do pacote, à primeira vista quando se toma o ditado popular como referência, conota uma ideia presunçosa sobre si mesmo: “fulano se acha a última bolacha do pacote”. Até que apresentemos essa ideia a um contexto mais filosófico, até pode ser. Depois que o fazemos, entretanto, a ideia se torna controversa. Afinal, fulano é a última bolacha do pacote e estarão todos na disputa por ele ou será que se tornou a última bolacha do pacote porque ninguém o quis?

No eixo deste assunto, se em uma de suas pontas está a ideia do desejo, na outra ponta estará o seu oposto. O quarto princípio hermético, o da polaridade, descreve muito bem essa questão. Então cuidado! Se você está se sentindo a tal bolacha, talvez você tenha ficado pra trás.